Você – jovem – dezessete anos, completando o Ensino Médio,
cheio de esperanças dum futuro duvidoso. Conhece uma garota linda – quinze anos
– tudo firme, tudo em cima. Ela é querida e cheia do gás. Papo aqui, papo lá –
ela conta histórias de sua vida, alegres e deprimentes. Até aí tudo bem. A
partir da quarta conversa pelo chat ela diz que te ama. Abraços, beijos, e tudo
mais. Passa um mês, ela começa a apresentar sinais de interesses. Não aparece
no chat com frequência. Ela quase não puxa assunto, te deixando de escanteio.
Você pergunta constantemente o porquê deste comportamento – ela só diz: “Não é
nada”, ou “Só não estou muito bem hoje, nada demais”, ou ainda, “(...)”. Sua
cabeça fica tão pilhada que parece formar uma bateria de carro. Depois de uns dias,
vêm as explicações mais esfarrapadas: distância, desaprovação dos pais (dela),
os pais (dela) descobriram o “namoro”, ou brigas (propositalmente ocasionadas
por ela). Mas, finalmente, vem o Fatality
– ela termina, dizendo que o problema não é você, mas sim, ela. Que nunca
esquecerá os bons momentos (poucos) juntos.
Isso te incomoda, deixando deprimido, pois estava começando
a gostar da figura. Não demorando, de curioso, você vasculha o perfil dela e
tem uma surpresa. Namorando. Não, você não está delirando, sim, é o que você
vê. A raiva toma conta, e a vontade de tirar satisfações é imensa. Nada
adianta. O jeito é deixar pra lá e procurar esquecer. Aí você começa a imaginar
estratégias para deixar o namorado de sua “ex” cabulado com algumas verdades. Alguns
detalhes, como quando você a beijava e sentia aquele hálito insuportável de
arroz, feijão, carne e alface (se alguém fosse capaz de se alimentar apenas do
cheiro de comida, com certeza, este indivíduo não passaria fome nunca). Havia
várias oportunidades de tentar alertá-la do mau cheiro, mesmo lhe oferecendo um
chicle de hortelã, mas por gentileza, você nem se manifestava. É, camarada, a
vida não é fácil. Em fim, você acaba criando expectativas um tanto caóticas:
Você se dando bem em algum momento fictício de sua vida, e ela reconhece isso e
pede uma segunda chance. Ou você com uma nova namorada, bombando nas pistas, e
ela vê o que perdeu (é sério isso?). Bom, isso acontece. Mas o que vemos com
tudo isso, é que são apenas fases ou experiências da vida, onde você chora, se
enraivece, acaba esquecendo (ou não) e toca a fita. Parece um tanto
desanimador, mas é real, e é natural. A vida é assim, cheia de confusões,
perdições, e ilusões. Isso faz formar o caráter. Amadurecer as ideias, e
fortalecer seu espírito para tocar pra frete esse mundinho de confusões chamado
de vida.
Obrigado.
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